Nove coisas imperdíveis no Mirada 2018

Pra você que está em Santos, no litoral sul paulista ou planeja passar uns dias na Baixada, um recado importante: a quinta edição do Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas desembarca com 41 espetáculos pelos próximos 10 dias. Listamos aqui algumas coisas imperdíveis. Venha com a gente!

1. Colômbia como país homenageado
Com nove espetáculos encenados pela primeira vez no Brasil, a Colômbia é o país homenageado desta edição do Mirada. Além das cores de sua bandeira, também ocuparão a cidade obras que reproduzem enfaticamente elementos culturais, políticos e históricos da Colômbia contemporânea por meio do teatro e da dança.


Espetáculo colombiano La Despedida | Foto: Rolf Abderhalden

2. Apresentações em toda a Baixada Santista
Os deslocamentos (e descolamentos) propostos pelo Mirada são sempre grandes protagonistas do festival. Nesta edição, as possibilidades são maiores já que, pela primeira vez, além de ocupar espaços históricos e emblemáticos de Santos, o Mirada transborda para toda a Baixada Santista, com espetáculos em diversas cidades, propondo diferentes fluxos, ocupações e encontros.

3. Uma selva no meio do Sesc Santos
A instalação do Mapa Teatro, no meio da Área de Convivência do Sesc Santos, provoca uma reflexão sobre o abismo entre utopias e distopias do ontem e de hoje em um ambiente cenográfico de uma selva colombiana onde, entre carcaças de automóveis, um cine drive-in exibe cenas de filmes de ficção científica antigos. Sob direção e design de Heidi e Rolf Abderhalden, a instalação fica disponível até 15 de setembro.

4. Presença feminina no Mirada
Diretoras, escritoras e atrizes ganham espaço significativo no Mirada. As brasileiras Bia Lessa e Grace Passô, a chilena Manuela Infante, a peruana Chela de Ferrari, a mexicana radicada na Nicarágua Lucero Millán e a uruguaia Jimena Márquez são alguns exemplos de como a presença feminina será marcante nesta edição do festival.


Espetáculo peruano Ñaña | Foto: Divulgação

5. A Nicarágua treme
Pela primeira vez no Mirada, a Nicarágua se faz presente com o espetáculo “La Ciudad Vacía”, do Teatro Justo Rufino Garay. Com artistas mexicanos e nicaraguenses, o espetáculo é formado por três personagens que simbolizam momentos diversos da história recente do país: um terremoto em 1972, a Revolução Sandinista (1979-1990) e os dias de hoje. É uma boa forma de tentar entender o conturbado momento atual do país centro-americano, onde mais de 300 já morreram em confrontos de cunho político.

6. Ponto de Encontro
Além de oferecer uma seleção cuidadosa de espetáculos, o Mirada também quer ser um espaço onde as pessoas constroem relações e trocam experiências. Para isso existe o Ponto de Encontro, que tem ações formativas durante o dia e funciona como um lugar de descontração à noite, com DJs e bandas latino-americanas. É um lugar de confraternização para aqueles que fazem e participam do Festival.

7. Contém uma boquinha
A ditadura militar em Portugal durou 48 longos anos, de 1926 até 1974. Nada mais justo do que retratar esse período num espetáculo com duração acima do padrão. Em "Um Museu Vivo de Memórias Pequenas e Esquecidas", a atriz Joana Craveiro apresenta um estudo desse período e dos desdobramentos decorrentes da Revolução dos Cravos, que encerrou o período autoritário e retomou o caminho da democracia. São sete monólogos com um total de 5h30. De quebra, os espectadores ganham um jantar.

8. Antunes Filho está de volta
O diretor do Centro de Pesquisa Teatral do Sesc, Antunes Filho, estará no Mirada com sua trupe para estrear mais uma montagem: "Eu Estava em Minha Casa e Esperava que a Chuva Chegasse", baseada em texto do dramaturgo francês Jean-Luc Lagarce. É um espetáculo sobre a esperança, um tema sempre propício, ainda mais em tempos conturbados como os atuais.


Espetáculo Eu estava em minha casa e esperava que a chuva chegasse | Foto: Inês Correa

9. A construção de um imaginário artístico santista
Luiz Fernando Marques e Nelson Baskerville orientam a oficina Construindo Imaginários, dentro do projeto "Manufaturas de Monólogos". Nesse processo de criação, os diretores santistas orientam artistas da Baixada em um trabalho de investigação sobre a estrutura mínima necessária para a realização teatral. Os trabalhos serão apresentados ao público de 7 a 9/9.

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Por Alberto Cerri, Anderson Carvalho, André Venancio, Marinho Rodrigues e Thais Amendola
Editores Web do Sesc